A Secretaria de Estado da Saúde (SES) com o apoio da Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social, Escola de Saúde Pública do Estado de Sergipe e Funesa realizarão o Fórum “Como Lidar com Pessoas Intersexo na Área da Saúde”, no próximo dia 17 de outubro, das 07h30m às 12h30m, no auditório da faculdade Pio – Campus Jabutiana.

O momento destinado a qualificar o atendimento a pessoas intersexo no Sistema Único de Saúde (SUS), contará com uma rica programação conduzida por especialistas na temática: às 8h00 acontecerá uma conversa com o tema “Sopa de Letrinhas : Conhecendo a Diversidade Sexual e de Gênero”, conduzida por Adriana Lohanna, referência técnica de Políticas Públicas para população LGBTQIAPN+ da Secretaria de estado da Inclusão e Assistência Social – SEIAS/SE. Na sequência, às 9h00, a palestra “Importância de acompanhamento do assistente social com famílias de crianças nascidades intersexo” com Pâm Herrera, assistente aocial da Associação Brasileira de Intersexos. Membro da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB Guarulhos (ABRAI).

No horário das 10h00 o tema abordado pela palestrante, Mila Torii Corrêa Leite, Coordenadora da reunião cientifica mensal do Grupo de estudo e pesquisa sobre Intersexualidade & Diferenças do desenvolvimento do sexo da Unifesp, será “Como lidar com a família do bebê intersexo e quais estados intersexo necessitam de cirurgia”. Para as 11h00 está programada a temática “A criança intersexo, educação familiar e escolaridade”, sobre a mediação de Thais Emília, presidente da ABRAI e coordenadora da Rede Jacob de Apoio à Familia e à Criança Intersexo. Para finalizar acontecerá a palestra “Direito a saúde e especifidades em relação a pessoas intersexo”, 12h00, sob a mediação de Môni Porto, Especialista em direito homoafetivo e de Gênero, consultora em diversidade e inclusão e Mestranda em Direitos Humabos e Políticas Públicas PUC/PR.

Para a primeira palestrante do evento, Adriana Lohanna, será uma oportunidade de discutir questões sobre a intersexualidade, além de abordar a prática da mutilação cirúrgica de recém-nascidos e crianças como conduta contrária aos direitos humanos.

“A escolha do tema se justifica em razão de sua relevância social, prática e atualidade, especialmente, no tocante à naturalização do binarismo de gênero que é reproduzido em nossa sociedade. Essa realidade viola o direito à liberdade, autodeterminação, vida, saúde, autonomia e dignidade de sujeitos intersexuais, frente à decisão antecipada de seus genitores em realizar cirurgia de mutilação sexual por orientação médica. As pessoas intersexuais nascem com características biológicas que dificultam o seu enquadramento em um dos estereótipos de gênero (feminino ou masculino). Em razão disso, são submetidos arbitrariamente e muito cedo, às cirurgias de “normalização” dos seus corpos, cirurgias essas que têm sido questionadas por serem corporalmente mutiladoras. Entendo que sob a perspectiva dos Direitos Humanos, as intervenções cirúrgicas de “normalização” de sexo são práticas discriminatórias e devem ser melhor discutidas em todos os Estados. Além de ser prejudicial ao livre desenvolvimento da personalidade das pessoas intersexo, estas cirurgias violam direitos humanos, entendendo eu que só podem ser admitidas quando a pessoa intersexual tiver atingido estágio adequado de desenvolvimento e puder manifestar o seu consentimento sobre o assunto. E sobre tais questões que abordaremos e discutiremos em nosso fórum”, compartilha a ativista e pesquisadora.

O evento é gratuito e está aberto a trabalhadores da saúde de todo o estado, assim como, para estudantes

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