O médico e gerente do Programa IST/AIDS da Secretaria de Estado da Saúde, Almir Santana, participou na manhã desta quarta-feira, 29, da “XXX SIPATMIN  e  Semana da Saúde 2021” realizada pela Mosaic Fertilizantes (antiga VALE). 

O evento, que aconteceu de maneira remota, marca o retorno do especialista às ações formativas de conscientização sobre a prevenção às infecções sexualmente transmissíveis. A live foi destinada a trabalhadores das minas e a temática foi adaptada para o contexto dos trabalhadores, ressaltando os impactos que as ISTs podem gerar, inclusive, na esfera profissional. 

“Eu escolhi aproximar a temática do universo deles, do cotidiano desses trabalhadores e trabalhadoras e mostrar como as ISTs também podem afetar a dinâmica do trabalho, é preciso para isso, adaptar a linguagem para que as informações sejam de fato melhor assimiladas. O trabalhador com alguma infecção pode acabar se afastando de suas atividades laborais, sofrer preconceito por causa da sua condição, então, é preciso fazer um trabalho educativo com esse público nas empresas”, explica Almir. 

O médico apresentou a ‘mandala da prevenção’ e falou da importância de uma prevenção combinada que inclui a tríade: uso de preservativos, testagem e tratamento. “O foco na prevenção passou a ter outros caminhos, hoje é necessário pensar na prevenção a partir de uma combinação de procedimentos, o primeiro deles continua sendo prioritariamente o uso da camisinha, ela é soberana, existem preservativos masculinos e femininos de vários tipos, aromas e sabores, para todos os gostos. É fundamental o uso correto, olhar a validade, não usar duas camisinhas na relação sexual, não reutilizar e não usar a mesma camisinha no sexo anal e vaginal”, recomendou Dr. Almir de maneira bem-humorada. 

A respeito da testagem e tratamento, o coordenador explicou de forma didática que, fazer o teste e tratar as infecções, também são medidas para prevenir. “Um primeiro passo é se auto avaliar, se por acaso perceber algo diferente no seus órgãos sexuais, procurar as unidades de saúde para fazer o teste. Porém, é preciso lembrar que muitas ISTs não têm sintomas, por isso, faça o teste periodicamente. Quando a pessoa testa e sabe que tem alguma infecção, ela pode procurar o tratamento e evitar que outras pessoas sejam infectadas também. Caso dê positivo é começar a tratar, o tratamento reduz a possibilidade de transmissão e melhora qualidade de vida”, salienta. 

A enfermeira Perla Souza, uma das responsáveis pela organização da XXX SIPATMIN, registrou a satisfação e a relevância da participação do representante da SES no evento. “IST/Aids é tema de grande importância para empregados da Mosaic, tendo em vista o acometimento dessas patologias na população em geral. A Mosaic agradece a brilhante explanação do Dr. Almir Santana que foi realizada no dia de hoje, reforçando a parceria de anos com a Secretária Estadual de Saúde”, diz. 

Para Almir Santana, o aumento nos casos de pessoas com ISTs se dá por alguns fatores relacionados a aspectos culturais, o que acaba afetando o comportamento sexual da população. “A camisinha está sendo esquecida ou as pessoas ainda estão acreditando em alguns mitos, dentre eles, a ideia de que camisinha tira o prazer, porém, o prazer é mental, está na cabeça. Um outro mito para o não uso do preservativo, é o fato de conhecer o parceiro ou parceira. É preciso colocar na cabeça que ninguém conhece verdadeiramente a vida sexual do outro (a). Tem aqueles (as) que não usam por estarem casados ou em relações estáveis e, por fim, há o que chamo de ‘pensamento mágico’, ou seja, pensar que o HIV ou outras doenças sexualmente transmissíveis só acontecem com o outro (a)”, alerta com leveza. 

Dentre os procedimentos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde, o médico falou da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que é um método de prevenção à infecção pelo HIV que consiste na tomada diária de um comprimido que permite ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV, ou seja, o indivíduo se prepara antes de ter uma relação sexual de risco para o HIV e falou ainda da Profilaxia Pós-Exposição (PEP). “Se por acaso estourou a camisinha, ou você por algum motivo teve relação sexual sem proteção, em até 72h pode procurar um serviço de urgência. Ao chegar lá é feito um teste, caso dê negativo, uma combinação de medicamentos, a PEP, deverá ser tomada por 28 dias”,  explica. 

Foto: Valter Sobrinho

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